Fim de Império

Neste trabalho, pretendo deixar testemunho sobre ocorrências passadas, em lugares onde vivi, de 1947 a 1975. Muitas destas asserções, não abarcam senão um fragmento da realidade, a que devem somar-se outras inúmeras perspetivas pessoais, em particular dos que viviam nos diversos recantos do Ultramar, assim como dos que foram remetidos para o conflito africano (1961-1974). Só assim poderá ficar fidedigno o quadro dos acontecimentos, pois a História é uma ciência em construção e todos são agentes necessários para a criar. (…)
E porque impossível seria descrever as experiências, emoções e sentires de outros, contarei apenas aquilo que presenciei e pesquisei. E munido da serenidade proporcionada pelas distâncias temporais e espaciais, agora que o pó dos caminhos percorridos já assentou, narrarei a minha longa caminhada, de Sezures, até testemunhar o Fim do Império.”

Manuel de Campos Almeida, in Prêambulo