Manual de Instrução Para Namorados

São poemas para ler alto, para declamar (…). São como toda a poesia deve ser – ritmo e voz que interpelam o outro, num diálogo em que os enamorados são também quem escreve, quem lê e quem ouve. Uma comunicação amorosa, que é verbo. Uma poesia livre, que é natureza. (…)
Sensível à profundidade das emoções humanas, celebra poeticamente o amor como fonte de alimento e alegria. A mãe, o útero e as mãos que com atenção imaginam sonhos, a mulher que recebe o fruto, que é corpo e alma, sorriso, acolhimento, alimento. O sorriso da mãe e da amada, dos filhos, de um ser superior que ama mesmo quando não é amado, que espera, não esperando, são o fulcro da celebração poética, a fonte do sonho que acende o amor do poeta. Amor que se celebra não como paixão, breve e necessária, mas como um estádio superior, feito de atenção ao outro (…).
É esta infinita capacidade de amar e de inspirar pelo amor, de sonhar uma humanidade mais humana, que caracteriza este livro, lembrando o leitor/ouvinte que a alegria vem da celebração da beleza do mundo e dos outros, do fascínio de um sorriso, do sol que se levanta, da brisa que acolhe para a maravilha do recomeço.

Luísa Paolinelli, Do Prefácio