Ana Ferraz Micaela
Nasceu rodeada da beleza que agora a inspira – as vinhas, o xisto e o cheiro da terra dourada beijada pela chuva, e é no dia 12 de outubro de 1955 que chega ao seio de uma família de parcos recursos, valores elevados e apreço pelo lavor.
Ana Rosa dos Santos Ferraz Micaela também era feliz ali, onde as histórias surgiam à volta da fogueira, onde o recreio tinha a dimensão de uma montanha, onde as emoções se amontoavam em socalcos, ou onde o pão molhado na fonte sabia a repasto.
A velha escola primária deixava saudade, mas mais importante era o olival, o trato do “tapado” e o trabalho que se juntava. No início dos anos 70, rumou, com o que sabia, à Capital. E, com AQUELE que também a inspira, iniciou nova aventura.
“…Ah! Tabuaço”e foi mais ou menos assim que voltava à terra dos socalcos com vinha e pão, das histórias com montanhas e das fogueiras no São João. Depois, de ali, com a nova família, iniciou novos desafios. E de entre quilómetros sinuosos, feiras, mercados e outras desiguais ocupações, crescia o hábito simples de criar objetos com maior ou menor mestria, sem saber que eram expressão da inspiração nas suas vivências.
E assim, já em terras de Viriato, começava a deixar por palavras o que até ali existia nas cores e traços das suas telas. No livro que agora apresenta, transcreve emoções em palavras simples que o leitor pode tomar como suas – também.